sábado, 27 de novembro de 2010

Mantendo-se firme...

Esse blog tem um teor mais dark. É fato. Porém, de certa forma levo adiante por crer que de alguma maneira algo aqui possa ser interessante ou, melhor ainda, ajudar alguém.

Certas palavras como depressão causam um certo impacto e certo desconforto entre as pessoas. Normalmente, quem tem depressão parece receber um rótulo de "fail" na testa. É difícil falar e ao mesmo tempo ninguém tem a obrigação de compreender as paranóias alheias. Mas viver com um sentimento como se fosse a marca da besta é o "ó". Mas, tudo bem. Talvez eu esteja exagerando também.

Agora eu quero falar daquele momento em que as coisas estão tão escuras que se tem medo do que se pode fazer consigo mesmo. Tem muita coisa acontecendo; os pensamentos não param, é como se estivéssemos dentro um redemoinho sem forças para sair.

Esse é um momento de decisão, creio eu. Tive muito medo de não conseguir lidar com isso. Não foi à toa que quando o Lu saiu do Rio eu voltei correndo pra Porto Alegre. Já falei várias vezes das "qualidades antidepressivas" do Lu. Então, quando pensei em ficar só ali, reconheci minha fraqueza naquele momento. Literalmente contei os andares: no Rio eu morava no 8 andar e em POA no 2. Uma "queda" do oitavo andar seria fatal e do segundo, talvez eu quebrasse uma perna. Sempre falo isso em tom de piada. Mas de fato, fez diferença.

O dom mais precioso que tenho é a minha vida. Não podia arriscar a fazer alguma besteira. Eu tinha amigos e tinha pessoas dispostas a me ajudar. Precisava fazer bom uso disso.

Mesmo em POA, a situação piorou. Incontáveis foram as noites insones; os choros inconsoláveis, as crises de ansiedade. Todas vividas no meu quarto e muitas vezes me refugiando no abraço do Hugo.

Quando o medo e a dor foram tão profundos a ponto de eu sentir isso nos meus ossos, na minha respiração e de meus pensamentos se tornarem tão confusos que eu temi minha própria falta de controle, não pensei duas vezes e corri para um psiquiatra. Tomei todos os remédios que ela receitou. Eu queria minha sanidade de volta.

Ainda assim, não foi fácil. Em outras ocasiões a confusão voltou. E como eu disse, era um momento de decisão. E eu decidi que não importasse o que acontecesse eu não me abandonaria. Eu não sairia do meu lado. Eu ficaria ali, no meio da tempestade até ela passar. Eu seria a minha fortaleza.

Quando fiz esse juramento não quis dizer que não precisava de ajuda de ninguém. Pelo contrário, meu compromisso era em fazer o que fosse possível para melhorar. Usar os métodos que me fossem apresentados. Pedir ajuda de quem pudesse me ajudar. Mas acima de tudo, eu não desistiria de mim.

De vez em quando a tristeza volta. Mas eu acho que faz parte da cura. Nunca esperei que acontecesse da noite pro dia. E quando começo a ficar inquieta ou ansiosa de alguma forma, me recordo do compromisso que fiz. E isso me relaxa, me anima. E é por isso que acredito estar no caminho correto.

E fico feliz em ver que mesmo em momentos atribulados eu ainda assim consigo fazer coisas assim. :-)

Vamos com fé! :-)
 

sábado, 6 de novembro de 2010

33 anos...

Mais algumas primaveras.... :-)
É estranho dizer isso. Mas já falei antes. Me acho muito sortuda por tudo que passei desde o Rio de Janeiro.
Achar que podia morrer a qualquer momento me ajudou a priorizar melhor algumas coisas. Não quero ter um diagnóstico horrível pra poder prestar atenção no que realmente interessa e que vale a pena investir na vida.
Ainda não encontrei o lugar ou momento em as coisas se partiram. Mas sei que em algum momento deixei de acreditar e deixei a "vida me levar", pra onde quer que fosse... no matter.
É difícil tentar consertar as coisas. Anos e anos, crenças. Mas sempre me recordo de alguém que disse " cada vez que você faz algo em que não acredita você se mata pouco a pouco.". Acho que o ápice do meu "suicídio em gotas hoemopáticas" aconteceu em 2008. Agora estou tentando consertar o quebra-cabeças. Mas não quero nada radical. Também sei que como está não dá...
BTW, as coisas vão bem. Tudo vai bem. Mas não nos eixos como imagno que devesse ser.
Imagina uma situação em que você pensa: "Eu bem que posso viver assim. Consigo me dar bem aqui. Mas, não sei se realmente é isso que quero. Por mais que eu devesse ter feito essa pergunta lá no começo da adolescência, também não consigo ignorar agora."
Talvez eu só precise "lavar uma louça"... eu acho que não. O buraco é mais embaixo.
Ai, espero por novas e "auspiciosas" notícias. :-)