domingo, 21 de março de 2010

O Treco ganha um nome

A primeira vez eu não dei muita bola. Alguma coisa tinha acontecido mas eu não dei importância, não sabia o que era.

Uns dois meses se passaram. Da segunda vez, eu estava no mesmo restaurante. Mas dessa vez, muito mais relaxada. Tinha acabado de voltar de um retiro e estava bem inspirada para 2008.

Então, do nada, tudo começou de novo. A mesma sensação, a taquicardia, o desespero, a sensação de morte iminente. Mais uma vez corri pro hospital. Dessa vez, o Lu me acompanhava. Como da outra vez, quando cheguei lá, não sentia mais nada. Tudo normal.

Pra minha sorte (e depois eu explico porque) a médica que estava lá começou a me fazer umas perguntas. E cada pergunta que ela fazia parecia que tava lendo a minha mente. A pergunta derradeira foi: Você tem uma sensação estranha, tipo de morte? Isso pra mim foi muito "estronho". Porque eu sentia isso muito forte, mas não tinha coragem de verbalizar. Coisa do tipo, "se eu falar pode acontecer de verdade". Muito surpresa, perguntei pra ela "Quanto tempo de vida eu tenho?". Na verdade fiz a piadinha para disfarçar o nervosismo. Ela então me explicou que os sintomas que eu estava sentindo se encaixavem com sintomas de crise de pânico e que eu deveria procurar um psiquiatra(aquele "médico de gente doida" ) o mais rápido possível.

Por um lado foi muito bom dar um nome pro "treco". Por outro, minha mente virou um turbilhão de possibilidades. Tudo que eu sabia sobre síndrome do pânico se resumia a um filme (provavelmente Supercine) de uma mulher que não saía de casa por conta do pânico e que uma vez teve que sair para não ser assassinada. A imagem dela se arrastando por um corredor onde as paredes ficavam disformes não saía da minha cabeça.

Até aquele momento só quem sabia era o Lu, pois estava presente enquanto a médica me falou. Liguei pro Athos e avisei também. Ele me aconselhou a deixar o preconceito de lado e marcar logo a consulta e que eu não deveria de forma alguma deixar de sair para onde precisava e nem evitar determinados locais por medo de ter outra crise. Avisei o Hugo e meus amigos: Glau, Ke, Thiago, Gui e Ka. Naquele meu pequeno círculo eu me sentia segura.

Bem, armada com o apoio dos meus amigos, irmão e namorado encarei o início da terapia. Mas o pânico era só a pontinha do iceberg....

Ah sim, por que eu disse que tive sorte por a médica de plantão ter me diagnosticado logo de cara? Depois do diagnóstico, eu comecei a pesquisar direto sobre os assunto e li alguns livros também. E todos falavam que um dos grandes problemas com a síndrome do pânico é que ninguém pensa que é psicológico. As pessoas percorrem consultórios diversos, neurologistas, cardiologistas e como tudo dá normal, elas podem passar anos sem receber o diagnóstico. E enquanto isso as crises vão se agravando e então acontecem essas situações em que as pessoas ficam presas, sem conseguir sair de casa pra nada.

Aqui vão alguns links com informações sobre a síndrome do pânico:
http://valleser.rumo.com.br/pan.htm
http://www.psicologopsicoterapia.com.br/sindrome-do-panico.html

Um comentário:

Luciano Freire disse...

Eer... acho que o comment do post anterior vale para esse post... como estou lendo em sequencia não vi q vc tinha comentado da segunda vez...

na verdade te confesso que eh a priemra vez que leio o lado B.

Meu Lado B tenho mostrado aos poucos no meu lado A (porque eu sou um DVD na verdade, é lado único rsrsrs). Bjo