sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Life goes on...

Há uns 02 anos atrás quando eu estava no fundo do poço (é piegas, mas é sério) e lia tudo que encontrava sobre "Pânico", "Ansiedade", "Depressão" e tudo mais, ficava inquieta quando ia os depoimentos de pessoas curadas. Em média levava uns 02 anos (falando de síndrome do pânico) e eu me perguntava quando esse momento ia chegar pra mim, se é que chegaria.

Eu estava tão cega e tão consumida por toda dor e agonia de ter algo ruim dentro de mim, sem poder controlar, que às vezes parecia que esse dia estava muuuuito distante. Mas confesso que nunca perdi a fé. Sempre soube que ele chegaria.

Ah, não digo isso porque creio que ele tenha chegado. Mas as águas pelo menos se acalmaram. Agora posso levantar a cabeça e tentar organizar o caos - não que ele de fato se organize algum dia.

Pois bem, back to the dark days, é bem estranho explicar a sensação que eu tinha nessa época. Vejo algumas fotos minhas sorridente, cercada de amigos, que parecem perfeitas. Mas eu lembro da angústia que eu sentia 24hs por dia. Mesmo os momentos mais lindos, mais felizes (como na foto acima), estavam impregnados daquela tristeza, medo, impotência. A qualquer momento tudo podia se despedaçar. Essa época foi meio "Identidade Bourne" pra mim. Em todo lugar que eu entrava ou conhecia, eu começava a olhar as formas de sair dali caso eu tivesse uma crise. Calculava onde ficava o hospital mais próximo, onde estava meu cartão do plano e saúde, quem poderia ligar. Me preparava pro momento crucial que nunca vinha. Lembro que uma vez após caminhar por toda Copacabana e parar em um bar em Ipanema, num dia de sol lindo, eu não aguentei a tensão e peguei um táxi pra casa, Chorei todo o caminho volta. Um choro que talvez estivesse preso na minha garganta desde a primeira vez que me negaram um brinquedo; não sei. Não fazia sentido. Essa é uma das situações que me faz entender que depressão não tem muita explicação lógica. Exteriormente tudo pode parecer bom, mas dentro do coração tem uma dor infinita, sem explicação.

Sim, isso me levou a abrir mais meu coração para aquelas mães que sofrem de depressão pós parto e fazem coisas inexplicáveis, suicídio, etc etc etc.... Não que eu concorde ou deixe de concordar, mas eu consigo compreender melhor a dor que permeia essas pessoas. Depressão não é ficar triste "Óun, tô tristinha.". E pânico não é ter medo de barata, como certa vez um amigo exemplifcou. Ele disse algo como "Ah, eu não tenho medo. Sempre enfrento o que vem pela frente". Na minha cabeça eu pensei "Mal sabe ele que não é algo que você possa catalogar, como medo rato, barata, sapo.... " Não é nada disso. Como já disse mil vezes: não tem explicação racional. Não antes de tantas sessões de terapia que te ajudem a entender tua própria forma de pensar.

Bem, foi mais ou menos por essa época que comecei a fazer o curso de desenho. Estava em busca das minhas raízes. Voltando à simplicidade  e ao que me fazia feliz.

E vou ficar por aqui... see you later...

:-)

3 comentários:

Sobrevivi Moleque disse...

Eu não tinha ideia de que tudo isso passava por voce... nunca parei para pensar o que eu senti no termino do mestrado e que ainda hoje vai se passando pouco a pouco... mas é chato voce ficar todo tempo nervoso por nada... meu ultimo post foi mais ou menos isso... enfim... que bom que voce ta melhor bocozilda, adoro voce!

Susana disse...

Oi marcy,
não tinha ideia como era dificil esta situação. Q bom que vc já está melhor. Sinta-se abracada por mim, com muito carinho viu?!
um Beijão!
Susana

Marcy disse...

Ulha! Comentários! Isso me deixa muito feliz! :-)
Obrigada Muleke e Suzanex!!! :-*